Dia 2 de janeiro orgulho de ser sanitarista
- AB Agência Brasil
- 31 de mai. de 2022
- 5 min de leitura
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Dia 2 de janeiro: orgulho de ser sanitarista
É comum que se associe o 2 de janeiro a Oswaldo Cruz, confundindo a data com o seu nascimento. Mas o dia do sanitarista marca uma conquista que neste 2022 celebra mais um ano e foi fruto da militância de outros famosos sanitarista.
Motivada por articulações lideradas por Carlos Chagas, a Câmara dos Deputados aprovou em 2 de janeiro de 1920 a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), subordinado ao então Ministério da Justiça e Negócios Interiores por meio do Decreto Legislativo nº 3.987. Ou seja, faz mais de 100 anos que o Brasil republicano instituiu oficialmente sua primeira estrutura de planejamento em Saúde Pública.
Profissional inter, multi, poli-valente: Mas quem é o profissional sanitarista?
O vice-presidente José Ivo Pedrosa é certeiro na definição. “Sanitarista é o profissional de saúde com formação interprofissional, interdisciplinar que desenvolve capacidade de gerenciar recursos e processos institucionais, comunitários e individuais para a produção de saúde nos territórios”.
Associação Paulista de Saúde Pública (APSP), passado e presente devem caminhar lado a lado nesta celebração. “Parabéns para nós sanitaristas, de todos os lugares, de todas as profissões, especialistas, pós-graduados e bacharéis em saúde coletiva e saúde pública.
Parabéns a todos que nos sentimos sanitaristas porque abraçamos esse fazer como história e como vida, e que, desde Oswaldo Cruz e Carlos Chagas, contribuímos para a melhoria das condições de vida e saúde para todas e todos os brasileiros”.
Já para Rosana Onocko Campos, também vice-presidente da Abrasco, o dia do sanitarista serve para lembrar que o principal desafio desse profissional deve ser a defesa radical da vida e da dignidade.
“A saúde encontra-se cada vez mais vinculada às questões urbanas, ao combate à violência e ao cuidado com as questões climáticas e ambientais e na luta contra as desigualdades. Toda política de saúde e suas estratégias assistências deveriam ser sinérgicas com essas agendas”.
Integrante do Conselho Consultivo da Abrasco, pesquisadora da ENSP/Fiocruz e vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado ressalta a valorização do legado dos precursores da saúde pública, dos lutadores da Saúde Coletiva e do Sistema Único de Saúde (SUS) nas últimas décadas, e o papel dos jovens sanitaristas.
“Eles formaram-se ou estão se formando na graduação e na pós-graduação em um período adverso para o SUS, questionando-se cotidianamente sobre seus desafios e contradições.
A mensagem é de esperança e de persistência, porque defender o direito à saúde e trabalhar todos os dias pelo fortalecimento dos sistemas públicos de saúde como condição para a efetivação desse direito é parte da luta por uma sociedade mais democrática e igualitária”
E o que pensam alguns desses jovens?
Allan Gomes de Lorena é sanitarista da primeira turma de graduação em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP), especialista em gestão de redes de atenção à saúde pela Fiocruz e mestrando em saúde coletiva na Faculdade de Medicina da USP.
Para ele, que já refletiu sobre o tema no livro “Uma ou Várias? Identidades para o Sanitarista”, o sanitarista do século XXI deve ser um profissional com olhar múltiplo e saber lidar com as questões políticas da saúde e da vida, cada vez mais tensionadas pelas engrenagens ideológicas do capitalismo em sua forma neoliberal.
“O sanitarista é um profissional da saúde essencialmente político no que tange as tensões sobre o individual/coletivo; o biológico/social; o público/privado. Em particular, a tensão sobre o que é público ou privado é típica do neoliberalismo, que coloca os sujeitos como empreendedores da sua própria saúde como um “bem” precioso, forjando práticas individualizantes.
Cabe a nós como sanitaristas disputarmos para o campo da saúde coletiva outras compreensões sobre o fenômeno saúde, abrindo novas possibilidades de intervenção”.
Também formado bacharel em Saúde Pública pela FSP/USP e atualmente trabalhando na Secretaria Municipal de Saúde de Santo André, Marcos Dompieri acredita que ser sanitarista é uma tarefa complexa, sendo uma atividade cada vez mais além de uma visão técnica de análise dos indicadores de saúde.
Nessa perspectiva, busca alinhar a formação e conhecimento adquiridos e transmiti-los por meio de plataformas digitais.
SUS
“Para que a ação seja eficaz é necessário conversar, orientar e ajudar na conscientização da população, explicando assuntos que ultrapassam as questões de saúde, como a garantia de direitos, a importância do SUS, como e porquê devemos lutar para garantir, melhorar e ampliar um sistema público que cada vez mais corre sofre com a má gestão de nossos governantes”.
A luta pela maior política social brasileira segue movendo esses jovens não apenas nos bancos das faculdades e no dia a dia dos serviços, como também em fóruns maiores do que a saúde coletiva, como faz Manu Matias.
Ela é doutoranda pelo Instituto de Medicina Social (IMS/Uerj), vice-presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e Conselheira Nacional de Saúde.
“Nosso principal desafio hoje como sanitaristas do século XXI segue sendo afirmar o SUS – universal, público, de qualidade e com financiamento adequado, uma política de estado viável e exitosa.
É urgente o esforço de renovar nossas lutas, abrir caminho para as próximas gerações para que o SUS se torne uma bandeira de todas e todos” diz exultante.
Com essa mesma alegria que convida as novas gerações a se somarem na construção de um saber e prática profissionais que unam as duas pontas dessa história. “Não é simples a opção de ser sanitarista, mas com certeza vale a pena.
Para os jovens que hoje se questionam, convido-os a conhecer um pouco a nossa história e as nossas conquistas.
O campo da saúde coletiva no Brasil seja reconhecido e valorizado”, diz especialista da saúde, completando a saudação com votos que sintetizam os desejos do conjunto da diretoria da Associação.
“Nesse dia tão especial, nosso sincero agradecimento a todas e todos que dedicam e dedicaram a vida profissional à saúde pública e que puderam, com a força de seu trabalho, construir coletivamente o SUS e o campo da saúde coletiva no Brasil.
Em 2022 os profissional da saúde continuará, com a firme determinação de sempre, na defesa do direito universal à saúde! Viva os e as sanitaristas!”
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Data: 02 de Janeiro de 2022 Domingo
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